Acidentes Fatais com Motocicletas

21/03/2010 08:34

 

Após um plantão de 24h de serviço, você não vê a hora de largar tudo e ir pra casa. Como não sou diferente, acabo de chegar em casa e ao contrário de ir para cama, estou aqui mais uma vez em frente ao “computador”, na verdade micro.  Ocorre que, é uma questão de necessidade, pois o que vi, quando me deslocava pela marginal tiete, sentido Penha /Lapa, logo após a ponte Júlio de Mesquita, não dá para deixar pra depois. Acabando com o mistério, para quem se ateve ao título, já pode imaginar que presenciei mais um acidente fatal, envolvendo uma motocicleta e seu piloto.

 

Não é o fato deste acidente em si, pois como disse, estava saindo de um plantão de 24h de serviço, e este trajeto é o de retorno para o lar, se não fosse à questão de que no meu deslocamento de casa para o trabalho, do outro lado da marginal – sentido Lapa/Penha – assisti a outro acidente que pelas características, também fatal. Então dentro do meu tempo, pude testemunhar dois acidentes envolvendo motos, com resultado: MORTE.

 

Quanto ao primeiro acidente, nada pude observar, pois estava num estado “inumano”, apenas preocupado em chegar ao trabalho, desta forma estava dentro do contexto “trânsito” totalmente envolvido no caos paulista. Ah! Esqueci:  Meus deslocamentos são feitos sobre uma motocicleta.

 

Agora o segundo acidente, foi possível passar bem próximo, até mesmo em virtude de ser uma manhã de domingo, o trânsito não é tão carregado, foi que pude avistar a motocicleta jogada ao chão e próximo dela o corpo do motociclista, coberto por uma manta de alumínio, aquela muito utilizada por socorristas para aquecer os acidentados, que também serviu para ocultar o cadáver sem vida. 

 

Pude observar, numa parte não coberta pela manta, que se tratava de um homem, vestindo uma bermuda e calçava tênis.  Pois é, agora chego ao ponto da questão.  Vestindo uma bermuda e tênis, quanto o mínimo necessário para a condução de uma motocicleta, até para os mais inocentes é exatamente usar trajes, que na concepção da palavra, “vestuário próprio de uma profissão”, aqui, próprio para motociclistas que propiciem maior segurança para o condutor.

 

 

Recentemente, ouvi nos noticiários da TV, que o número de motocicletas aumentou tanto que está quase na mesma proporção dos carros. Isto para mim é alarmante. Podemos presenciar nas ruas a cada dia, mais e mais condutores de motocicletas totalmente alienados, verdadeiros suicidas em potencial, ou melhor, “Kamikazes”, trafegando pelo trânsito caótico e selvagem... Você não acredita? Pois é a pura verdade! Basta observar o dia a dia para se constatar as mais inusitadas situações.

 

Posso dar como exemplo um dia de chuva: A própria condição exige maior cuidado e o triplo da atenção, porque a condução, de qualquer veículo, em dia chuvoso é mais perigosa. Ai, o infeliz, acha que o perigo por si só, do mau tempo, não é suficientemente perigosos, então numa ideia mirabolante, ele para não molhar o "papatinho" e o pezinho, enrolar um saquinho plástico nos pés.

 

São sacos de todos os supermercados imagináveis, de todas as cores possíveis, até saco de lixo de 100 litros eu já vi. O "motoqueiro se ensaca literalmente.” Não precisa ser muito inteligente ou ainda um "Físico", para saber que o tal do "saquinho" nos pés, tira todo o atrito com o solo molhado. Desta forma o infeliz ao necessitar se apoiar, para equilibrar a moto, quando parar no semáforo, por exemplo, ele vai perder o atrito necessário do "papatinho" que ele não quer molhar, com o asfalto molhado, vai escorregar e cair, sem ter aonde se agarrar. Claro que se ficar só na queda o condutor estará no lucro, agora imagina se um carro, isto sendo otimista, poderia ser um caminhão, passar por cima dele ou do passageiro, este sim poderia até usar os saquinhos nos pés.

 

 

Bom, de qualquer forma não é só esta questão que nos chama a atenção quanto à inabilidade de muitos motociclistas. Podemos numerá-las só para não perdermos nos itens, então a dos saquinhos nos pés seria o número 1.

 

O número 2, a utilização de roupas não adequadas para a condução da motocicleta com maior segurança, então a bermuda não é a mais adequada, o ideal é a utilização de calças mais resistentes como p. ex. a tal da calça jeans, ou ainda as calça de proteção, porém esta o valor não está acessível, infelizmente para a maioria dos motociclistas. Tênis é muito bom para correr, andar de bicicleta, ir ao shopping. Para a condução de motocicleta, NÃO!

 

3. Manutenção: - É incrível, mas até isto é legado ao esquecimento ou deixados a terceiros, quartos (...) quintos planos, quiçá estar nos planos. Como se a vida não valesse o cuidado com a manutenção da “magrela”.

 

Muitos afirmam veementemente, que é uma condição para não chamar atenção dos ladrões, (rsrsrs), brincadeira (...) – até parece que falta de freios traseiros afasta essa possibilidade. Ouvi até quem afirmasse que não serve pra nada o freio traseiro, pois o que vale mesmo é o da frente, (falou aí! Valentino Rossi...) sinto em informar, mas o freio traseiro é responsável por ajudar a parada do veículo em mais de trinta por cento, isto em asfaltos, pois em determinados tipos de solo, você só vai utilizar o freio traseiro.

 

Numa das minhas idas e vindas pelas marginais, quando trafegava na retaguarda de um “cachorro louco” como é chamado alguns moto-fretes, (motoboy), percebi que ele batera no retrovisor de um carro, instintivamente freio a moto, pois a moto dele bem menor (125cc) não conseguiu passar pelos carros, com toda a certeza eu não passaria.

 

Só depois confirmei o porquê ele não passou, e porque do “cachorro louco”. A vista da retaguarda para a moto-frete dava a nítida impressão que se tratava de um quadriciclo, aquelas motos adaptadas com quatro rodas, pois via (verbo ver) duas rodas paralelas. Acelerei para tirar a dúvida, pois não estou ficando – ainda não – louco! Quando emparelhado com o motociclista... Como afirmei não estar ficando louco, tenho que manter está afirmação, então: Embora, não queria acreditar, a moto do “cara” era totalmente torta, parecia que a roda traseira queria ultrapassar à dianteira! Aquilo para o “motoqueiro” era tão natural que ele nem olhava pros lados, (rsrsrs) ele nem percebeu que bateu no retrovisor do veículo.

 

4. Pneus: ai sim um absurdo. Mas, como diria o outro – “antes ouvir isso que ser surdo”. Já perceberam que para se ter um veículo, seja qual for – nesse caso específico, motocicleta, não existe uma coisa mais importante ou outra menos? Tudo é um conjunto que funcionam como os elos de uma corrente, uma depende da outra. Quanto aos pneus, é surpreendente que ainda existam pessoas que mandam “RISCAR” o pneu.

 

Não sabe o que é? Riscar pneu é uma técnica aprimorada de “suicídio” ou dependendo o caso de “homicídio doloso”. Trata-se de um equipamento eletrônico criado para frisar ou sulcar pneus! É... Isto vende no comércio, é só procurar na net. Serve exatamente para fazer o que não se deve fazer a um pneu, riscá-lo.

 

Bom! Tudo começa assim: Um indivíduo compra um pneu novo na loja para colocar em seu carro, é o que podemos chamar de cidadão consciente, leva o carro com os pneus para serem montados, o borracheiro saca o pneu velho. Monta o novo e balanceia cada roda, recoloca-os no carro, em seguida ele alinha o carro e pronto você tem um veículo em condição segura de tráfego.

 

O absurdo começa agora – esse mesmo borracheiro, se não for ele, repassa a outro. Este, pega o pneu, faz uma pré-avaliação na condição, engano de quem acha que é uma verificação de segurança, é uma verificação para saber se tem borracha suficiente para fazer a tais riscas, e com este ferro, ou máquina repassa os sulcos pra aprofundá-los, o faz em todo o pneu e pronto, parece novo.

 

Só amigo! Tem um problema, o pneu é composto por camada, sendo a interna mais dura, e a externa mais macia, a chamada banda de rodagem (grifei), que é justamente o que vai entra em contato com o solo e “grudar” literalmente, para possibilitar o atrito necessário para tracionar o veículo e também pará-lo. Esta banda de rodagem tem vida útil e para tal os fabricantes coloca uma marca dentro do sulco que possibilita qualquer um, verificar se já esta na hora de substituir os pneus.

 

Mas vem o econômico, utiliza o pneu ate aparecer à lona e depois manda riscar o pneu para usar mais. Estes sulcos só têm uma função: - É a de escoar a água em dias de chuva em pista molhada, não tem outra função! Tem que ache que são esses tais riscos que são os responsáveis pela aderência do pneu ao solo, como disse anteriormente o que faz esta função é a banda de rodagem.

 

Poderíamos perfeitamente, andar com um pneu sem os sulcos, só com a banda de rodagem, como fazem os carros de corridas, porém seria inviável, pois em uma corrida você tem tudo ao seu alcance com mecânicos prontos para atuar e trocar os pneus em questão de segundos e continuar a corrida, o que não seria cômodo em nosso dia a dia, por isso que usamos um misto que serve tanto para a chuva quanto para o seco.

 

Só para esclarecer, depois que se desgasta a banda de rodagem, a próxima camada de borracha do pneu é muito dura, desta forma o atrito com o solo é superficial, quase inexistente na chuva, independente dos “riscos” refeitos.

 

Mas! Como nosso foco são as motos, voltamos ao assunto. Também, há os que fazem, compram pneus de moto “riscado” e colocam em sua moto, crente que está fazendo algo para melhorar a sua segurança.

Quanto a Educação.

Tudo descrito até agora, só mencionamos o fato máquina, no entanto, não temos como atribuir à máquina, toda a culpa dos acidentes envolvendo motocicletas. Uma questão que para mim, é o maior responsável por tantos acidentes, mais de 60% é a educação, tanto do motociclista quanto do motorista.

Abordamos primeiro a educação na condução das motocicletas.

É incrível como o número de mal educados conduzindo motocicletas, então a cada dia aumentando mais e mais. E a guerra entre motociclistas e motorista só tende a aumentar o número de mortos, feridos e mutilados.

 

 

 

-contínua-

 

 

 

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